quinta-feira, 24 de abril de 2008

Questão Social Irrelevante Número 1


Sex0 oral em si mesmo, para homens, eu quero dizer, é considerado homossexualismo? Depois de horas à fio discutindo possibilidades, argumentando todos os atos envolvidos e analisando cientificamente, uma conclusão chegou ao consenso, mas primeiro, os fatos.

Prós - Uma vez que você introduz um órgão sexual igual ao seu no seu corpo ou qualquer outro objeto que seja usado para fins sexuais, não interessa se ele é seu ou não, à partir desse momento, você já é considerado gay e não há nada que você possa fazer para mudar isso, sua mocinha. Em segundo lugar, o ato de chupar o seu próprio pênis até que o orgasmo seja atingido implica que você terminará com a boca cheia de esperma, o que não é só algo muito nojento, mas uma atidude não muito máscula, diga-se de passagem.

Portanto, segundo esses fatos, a auto felação, seria homossexualismo. Porém, isso é só a metade do texto.

Contras - Assim como o homem se masturba com a sua mão em contato com o pênis e ninguém duvida da sua sexualidade por causa disso, por quê quando ele simplesmente só começa a usar uma parte diferente do corpo para atingir o prazer orgásmico sozinho, ele é considerado gay? Se fosse assim, todos os homens que se masturbam, ou melhor, todos os homens, seriam gays também. Embora seja preciso concordar que não é necessário gozar dentro da boca, para aproveitar ao máximo a experiência.

Por fim, a conclusão: Sexo oral em si mesmo, não passa de um tipo alternativo de masturbação, mas se você gosta de gozar dentro da sua boca, você talvez tenha problemas e pode ser gay e não saber ainda. E se você sabe, ótimo, vá em frente.



Eu sou apenas um mediador. Sendo assim, o meu texto é completamente analítico investigativo e a minha opinião não se encontra manifestada em nenhuma parte desse mesmo texto acima. Embora eu tenha uma.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Boa tentativa


Alguém já percebeu o quanto algumas pessoas são estranhas? Mais particularmente, aquelas pessoas tão boazinhas, que estão sempre dispostas a ajudar, tão prestativas. Não sei se é alguma psicose minha ou a maneira que eu fui criado ou o ambiente em que eu vivo, mas quando eu vejo pessoas assim, eu logo penso que elas estão tramando um jeito de me matar ou algo do tipo.

E não pára por aí, eu penso que todas as pessoas boazinhas, na verdade se encontram num bunker subterrâneo onde eles aprendem técnicas inéditas de atuação. improviso e espionagem, tudo para não levantar suspeitas e tornar o seu trabalho o mais sigiloso possível, para que um dia, quando ninguém mais desconfiar de nenhum deles, os bonzinhos colocaram seu plano em ação, com um grande sorriso satisfeito no rosto, devo dizer. Mas até lá, eles ainda terão que elaborar planos melhores para enganar a todos os seres humanos e aprimorar suas técnicas de persuação, pois este rapaz não será manipulado! Seus ratos!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Deixando de Lado os Caroços


Sou só eu ou "jabuticaba" é um desperdício de sílabas? Quer dizer, não é uma palavra grande demais para uma fruta tão pequena? Só "jabu" não seria suficiente? Soa até mais como fruta inclusive. Pior que isso só mesmo os gnus, que são animais de porte grande com um nome ridículo desses. É como se ninguém mais tivesse paciência de nomeá-los, e com razão, depois da jabuticaba, parece que faltaram idéias para toda as áreas da natureza.

A laranja tem o nome de uma cor que nem é dela, por que as laranjas se chamam "laranjas"? Elas são verdes por fora e amarelas por dentro e não é nem como aqueles limões dos Estados Unidos que são diferentes dos daqui, as laranjas são assim em qualquer lugar do mundo e em outras línguas, o mesmo erro persiste. Me pergunto se antigamente laranja era o amarelo de hoje em dia, por isso as pessoas comiam laranjas sem saber que elas não eram laranjas, até que um dia alguém viu uma tangerina e o mundo quase entrou em colapso. A guerra da laranja durou anos entre os conservadores que deveriam manter a laranja como laranja e os revolucionários que diziam que a tangerina deveria receber tal título, já que ela, de fato era uma fruta laranja. No final os revolucionários foram dizimados e até hoje as pessoas não entendem o dilema por trás do nome da fruta.

É interessante ver como algumas frutas, simplesmente não obteram o sucesso como frutas. Como o cacau. Poucas pessoas já devem ter visto um cacau em foto. Ao vivo, quase nenhuma viva. Que já tenha comido? Não nesse século. Mas pergunte pra qualquer um que não seja eu quantos ovos de Páscoa ganhou e você, de repente, perceberá um pouco da injustiça. Mas a verdade é que o cacau merece, afinal, eu já provei e é uma fruta muito ruim, sorte dele que ele ainda teve a chance de fazer chocolate. Frutas como o kiwi nunca tiveram essa chance, eles só ficam lá fatiados e enfiados na beira do seu coquetel do lado da miniatura de guarda-chuva e volta para a cozinha no mesmo lugar que saiu e vai para o lixo sem mesmo ser saboreado.

Se você já teve a chance de subir numa árvore para comer fruta, deve ter percebido que é meio que uma aventura à parte. Quando criança, eu ia muito à fazenda da minha família e lá eu sempre subia numa goiabeira para comer as goiabas, mas metade da graça estava mesmo em escalar a porra da árvore. E eu acho que é por isso que eu nunca gostei de melancia ou abacaxi, essas frutas que nascem em plantações rasteiras, simplesmente não me atraem, parece que elas fazem parte de uma outra gangue, que não se mistura com as frutas de árvore, e você olha pra elas, grandes e sem graça, parecem umas criaturas tão preguiçosas que você esquece que frutas são saudáveis, parece mais o McDonalds do pomar, pela conveniência e isso nem as torna mais gostosas, ainda por cima, eu prefiro uma goiaba. Por outro lado, faz sentido que essas frutas maiores não fiquem penduradas em árvores, esperando para esmagar a cabeça de um transeunte desavisado. Mas aí você se recorda que as jacas ainda matam pessoas da mesma maneira e lembra que a natureza parece um daqueles garotos na aula de matemática que escrevem a conta certa, ficam nervosos, apagam e colocam uma errada no lugar. Isso sem falar nas mangas aqui em Belém, pois sim, Cidade das Mangueiras. Belíssimos túneis verdes em todas as avenidas. Sim, isso tudo é muito bonito, mas pergunte a qualquer motorista o que ele acha das mangueiras e a resposta vai sempre ser a mesma "Essas porras do inferno deveriam ser extintas, pois o meu pára-brisas não é de aço".

Ainda assim, comer frutas faz bem e mesmo sendo um hábito que eu não tenha, de vez em quando eu dou o braço a torcer e como algumas, mas eu gosto mesmo é de pensar nelas. É como se ninguém desse o valor merecido ao mundo delas, elas têm muito a dizer e eu não pude nem escrever metade. Mas se eu entrar no coco e no caju e toda aquela frescura dos pseudo-frutos, não vai haver espaço, mas só para terminar, não é como se eles fossem os emos das frutas? Pensem nisso.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tecnologia, pois sim.


Eu gosto desses personagens que são meio máquina, tipo o Mega Man e a Samus Aran ou até mesmo o Dr Robotnik. De quem eu não gosto mesmo é do Robocop. Pra mim, simplesmente não faz sentido. Tá, ele é um super policial que usa seu corpo de metal contra o crime, mas sei lá, é uma idéia tão boba. Se você vai fazer um personagem que é meio máquina, torne ele legal, ninguém gosta de policiais, nem nos anos 80, nem agora.

O Mega Man tem um braço de canhão, assim como a Samus, mas além disso, ele ainda pode roubar as habilidades dos seus inimigos e tem um cachorro robô. A Samus só tem uma roupa que é máquina, mais ou menos como o homem de ferro, mas ele é uma mulher, o que já quebra padrões clichês e ainda é uma caçadora de recompensas, sem falar que ao longo dos seus jogos, a armadura sempre recebe upgrades. Muito foda. E por último, o Dr Robotnik, que vem infernizando a vida do Sonic há uns 15 anos, cada vez de um jeito diferente, ele pode ser um carro-furadeira ou um helicóptero com uma bola de demolição ou o que seja. Enquanto o Robocop, apesar de ser um robô e tal, ele não faz muitas coisas diferentes, é como se estivessem desperdiçando um personagem legal e isso é meio frustrante. Sou adepto dos personagens máquina, mas o Robocop é como se fosse a ovelha robô negra da família.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Eu Diria uns 8 anos


Tirei um 10 em filosofia na faculdade. Pois é, quem diria? Eu nem me lembro da última vez que isso aconteceu, nem de como era a sensação, mas é satisfatório. Entretanto, eu acho que nunca vou sentir o real sabor de uma nota máxima na minha vida. Nasci com um problema muito grave pra um estudante, a preguiça. Daquelas que não me permite estudar nem minutos antes da prova pra decorar uma fórmula de física, mas por algum motivo maior, nunca realmente fiquei fodido numa matéria, exceto uma vez que precisava de 10 em química e tirei 9,8. A professora foi generosa o suficiente pra me dar o resto. Mas a questão é que eu acho que roubou méritos.

Voltando ao ano passado, dia 1 de dezembro, véspera do meu aniversário e dia do resultado do vestibular da Unama. Passei. Alegria. Eu tava comemorando com o meu irmão quando meu amigo me liga dizendo que eu passei em segundo lugar no meu curso. Eu não acreditei. Eu não merecia. Eu deveria ter passado na porra da repescagem, no mínimo. Nunca estudei a vida inteira. Nunca, eu disse. E ainda assim, eu pareço me dar melhor do que essas pessoas que passam o dia inteiro de cara com os livros. Eu não sei o que se passa.

Não pretendo ser metido com esse post e, inclusive, sei que parece que eu estou faltando com a modéstia, mas às vezes eu me sinto um pouco envergonhado por receber umas certas congratulações por causa do meu vestibular e tudo mais. Eu não estudei! Eu não deixei de ir pra nenhum lugar com os meus amigos por causa do vestibular! Eu acho que o vestibular é um pouco superestimado, aliás. Grande parte dos vestibulandos se fodem mesmo por causa do nervosismo. Quem não sabe nada tem mais chances de se manter tranquilo e até acertar mais do que alguém que estudou a noite toda. Além do mais, ao longo dos anos, se aprende inúmeras técnicas de chute. Pode até ser idiota, mas funciona.

Acho que aproveitei o meu ano mais do que muita gente e talvez eu não devesse ter passado no vestibular pra esse história ter uma lição de moral no final. Não sei. Talvez eu ainda quebre a cara no futuro, pois enquanto isso continuar funcionando, eu não pretendo mudar. Aliás, não sei se é só comigo, mas um 10 parece ser mais satisfatório quando você está no colégio. Parece que é realmente algo grandioso, às vezes os pais dão presentes e tudo. Na faculdade não é nada de mais, é só um alívio, eu acho. Mas deve ser porque você conseguiu fazendo algo que você gosta, afinal a maioria das pessoas tem o direito de escolher seu curso. Portanto eu acho que é mais fácil para mim tirar um 10 em filosofia do que em química. Daí vem o orgulho. Ou não, vai saber. Não vou ficar questionando, se eu continuar assim, acho que tá de bom tamanho. Mas não vai. Provavelmente.

domingo, 6 de abril de 2008

Nas Madrugadas


Há uns dois meses atrás. Eu estava zapeando pela TV lá pelas 3 da manhã e vejo Pokémon, a primeira temporada, passando no Cartoon Network. Não acreditei nos meus olhos. Ash, Misty e Brock viajando em direção à Liga Pokémon.

Fiquei um pouco desapontado por ter feito essa descoberta um pouco tarde, pois eu adoro as batalhas de ginásio dessa temporada onde apenas os primeiros 150 Pokémons existiam. Fiquei mais feliz quando o desenho foi para os comerciais com o seu clássico "Quem é esse Pokémon" que eu nunca erro e voltou logo depois. Era Pokémon, sem comerciais. O desenho acabou e eu falei para mim mesmo que ia acompanhar a série a partir daquele dia, mas aí começou outro episódio! Eram dois episódios seguidos!

Confesso que tem enriquecido minhas madrugadas. Não perco nenhum episódio sequer desde esse dia. A Liga Laranja já acabou e agora vai começar a Liga Johto, depois disso eu paro de assistir, pois começam a entrar aqueles Pokémons novos e sem graça, mas até lá, eu tenho diversão garantida por uns meses.

Então semana passada eu estava esperando Pokémon começar e decidi pôr no Cartoon Network só pra ver o que estava passando e vi que estava passando Viewtiful Joe! Logo antes de Pokémon! Pra quem não conhece, ele é o figura da foto, mas além de uma roupinha legal e um cachecol cor-de-rosa, Joe tem um dos poderes mais legais e criativos dos últimos tempos. Aliás, ele começou como personagem de video game e seus dois jogos são ótimos, ambos para Gamecube e Playstation 2, para quem ainda não jogou.

Voltando aos poderes do rapaz, ele tem habilidades cinematográficas. Câmera lenta para atacar o seu inimigo com bastante precisão. Velocidade máxima, o que é uma espécie de "Câmera rápida" onde Joe ataca seus inimigos numa velocidade impressionante. E Zoom, que serve para o rapaz enxergar o ponto fraco de seu inimigo, independente de onde ele esteja.

Houve uma época em que eu estava realmente decepcionado com os canais de desenho por não passarem mais coisa boa e não é nem síndrome de velhice, mas os desenhos de hoje em dia, salvo raras exceções como o próprio Viewtiful Joe, não tem mais graça, pelo menos pra mim. Então fica aqui o meu agradecimento para a equipe do Cartoon Network por deixar no ar essas duas obras-primas da animação, ainda mais no meu horário favorito.

sábado, 5 de abril de 2008

Não Fale Sozinho

Então eu me peguei conversando comigo mesmo, mais ou menos parecido com aquelas vezes em que o Homer fala com o cérebro dele.
- Haha, olha só quem vem vindo – ele disse.
Então eu mandei ele se foder e fui deitar.
Descobri que era chato conversar consigo mesmo. Principalmente porque:

1 – Você já sabe o que vai responder antes mesmo de perguntar.

2 – Se você falar algo inteligente, ninguém vai estar lá pra te ouvir e você vai ficar muito, muito bobo.

3 - E se alguém te pegar, você vai ter que dar explicações (lembrando que você acabou de brigar com você mesmo), e todos nós sabemos como é uma merda dar explicações quando se está aborrecido com alguém, principalmente se esse alguém é você mesmo. O que torna as coisas muito mais embaraçadoras se a pessoa que ouviu você conversando sozinho, perguntar quem o aborreceu, porque você aí sim parecerá louco ao dizer que na verdade quem te aborreceu foi nada mais, nada menos, do que você.

4 – Provavelmente, vai chegar uma hora que você vai ficar sem assunto, e é quando você cai na real e acorda pra vida.

Então você acorda com um pensamento novo na cabeça, nada como “Vou alimentar as criancinhas”, ainda não ficamos loucos. Aí você percebe que o mundo real está todo errado, e o primeiro passo para corrigir tanta burrice, é levantar da cama e começar pra valer. Mas são 8:00 da manhã, talvez mais tarde, depois do almoço, ok?
Aí você almoça e diz para si mesmo em voz alta, “É agora!”, a empregada, evangélica praticante, já esperava pelo pior e se tranca no quarto enquanto você obstinadamente, com um brilho no olhar, segue pela porta da frente sem fazer a mínima idéia do que você está planejando fazer quando chegar na calçada. E a calçada está se aproximando, a medida que você vai andando, a maldita da calçada está se aproximando.Então você chega na calçada. Você está parado que nem uma mula na calçada, com toda a coerência de um peixe em um arbusto, agora você decide pensar num modo de construir um mundo melhor, para seus filhos viverem melhor, assim como os filhos dos filhos deles. Aí você se pega falando consigo mesmo novamente e fode tudo.
Por pouco você quase desiste, mas ao invés disso, você faz algo melhor, algo grandioso, algo que nenhum homem, ou mulher jamais fez antes, na verdade você tem tanto orgulho da sua idéia que decide guardá-la pra si próprio, pra que na iminência do fim do mundo, você esteja lá, com a sua idéia brilhante enquanto as pessoas, pobrezinhas, estão queimando à sua volta gritando “Por que você guardou essa idéia para você? Você poderia ter salvo todos nós, Aaaaaaah” e afundam em um rio de lava.E o fim do mundo de fato chega. Mas você está lá, pra ter o mundo só pra você, e aí assim você vai ser feliz, mesmo que só você tenha sobrevivido. Você está feliz da vida. Mas alguém ficou puto. Ah sim, alguém está muito puto com você, afinal de contas você deveria estar morto, mas ao invés disso você está caminhando por aí como um corcel pelos campos áridos do maldito deserto do Arizona. E isso deixa Deus possesso, digamos que ele seja todo poderoso e poderia ter te matado naquele instante, ele poderia ter feito isso, mas não fez.
Ao invés de acabar com a sua vida naquele instante por ser tão mesquinho, Deus desce da sua nuvem e te chama pra um canto pra conversar, o que é muita idiotice já que ninguém mais estaria lá pra ouvir a conversa, uma vez que ele mesmo matou todo mundo. Enquanto você está pensando nisso, ele põe a mão no seu ombro e abre a boca para começar a conversa, você é claro, já esperando pelo pior:
- Puta que pariu! – Exclamou ele, agora olhando diretamente aos seus olhos. Você não percebe, mas no momento em que ele diz isso, um raio cai ao fundo.
- Eu planejo esse dia durante anos, séculos, milênios, e você vem e estraga tudo? Você se acha melhor do que eu? Você não é melhor do que eu! Embora tenha conseguido escapar do apocalipse de fato. Mas o caso é que isso não pode ficar assim, quer dizer, eu já tinha preparado tudo, raios, vulcões, pipoca, guaraná, terremotos, uma nuvem confortável. Isso deu trabalho, se você se importa. O que eu duvido muito, senão estaria morto que nem o resto das pessoas. Agora o que está realmente esgotando a minha paciência, é que eu não sei exatamente o que fazer com você!
Nesse momento, você percebe que nem tudo está perdido e que de repente Deus, aquele cara escrotão de que todo mundo falava, pode não querer nada de mais com você afinal. Você coça o nariz e decide continuar ouvindo-o falar até quando você achasse que era seguro, depois você pensaria no resto. E Deus continuou:
- Eu deveria castigá-lo, seu pequeno estraga prazeres, por ter arruinado o evento que eu levei mais tempo para organizar – Dizia ele olhando diretamente nos seus olhos, agora você quase o interrompe, mas ele é mais rápido e continua falando, então você se cala. Submisso – Por outro lado, você merece o seu crédito, quer dizer, você escapou do juízo final e isso não é pra qualquer um, ainda mais você que nunca foi nada de mais, vivia pendurado no colégio e tudo mais. Mas agora eu já pensei bastante e já sei como resolver a sua situação. Acontece que eu estava observando outras pessoas na hora em que você colocou seu plano em prática, portanto, se você me disser como conseguiu ter essa idéia, de uma forma convincente, eu deixo você viver e você vai reinar na nova Terra que eu começarei a construir amanhã. Mas se eu não gostar da sua explicação, eu vou puní-lo, como nunca puni alguém antes, entendeu? – Anunciou ele, todo cheio de si.
É claro que Deus sabia que você não era um dos maiores pensadores do universo e que a sua idéia de se esquivar do fim do mundo fora puro golpe de sorte, portanto, ele tinha feito aquilo justamente para fodê-lo, e veja só, ele conseguiu.Você começa a pensar em modos para explicar o que realmente aconteceu naquele dia na calçada, o que ocorreu na sua mente, mas faz tanto tempo, “Por que eu fui deixar para pensar na explicação só agora?”, você pensa. Deus está ficando impaciente, é melhor você dizer alguma coisa, mesmo que seja só pra enrolar:
- Muito bem, vamos lá – Você pensa, tenso.
- É o seguinte, certo dia eu acordei e...- Você tinha começado bem, mas Deus parece estar irritado e o interrompe ainda na introdução.
- Que se foda! – Gritou Deus – Ninguém pode saber que você conseguiu escapar de mim, seria um insulto para mim se chegasse ao ouvido dos meus amigos que um mortal me passou a perna. Você vai ser castigado e ponto final! – Ao terminar de cuspir as palavras, Deus fez um movimento com os braços e o chão se abriu bem abaixo de seus pés, as últimas coisas que você escuta antes de ficar muito distante da superfície para escutar algo, é Deus falando:
- Esses humanos, me matam de rir, não acredito que aquele trouxa pensou que eu ia mesmo deixar ele reinar na Terra. Hahaha, é melhor eu voltar lá pra cima.
Ao ouvir isso você pensa em gritar algum insulto, dos sujos, para Deus, mas você finalmente bate com as costas no chão antes de poder se vingar.Você fica desacordado por algumas horas, mas finalmente acorda.
O lugar aonde você caiu é muito parecido com uma caverna, na verdade é uma caverna, com paredes de pedra, estalactites, buracos nas paredes, pouca luz, enfim, uma caverna legítima. Você olha melhor e percebe que tem um túnel na sua frente, é a única coisa que atrai a sua atenção na caverna, levando em conta que o buraco que Deus tinha feito havia acabado de se fechar, portanto, você decide seguir pelo túnel. Andando pelo corredor de pedra, você começa a perceber que o clima está esquentando, de fato está ficando, como eles costumavam dizer lá na Terra “Quente pra caralho!”, porém você não tem alternativa a não ser continuar seguindo em frente, é claro que você já está se dando conta de que logo na frente é o inferno, aí você pára pra pensar:
- Se eu seguir em frente, provavelmente eu vou parar no inferno, e sofrer durante a eternidade, então eu devo voltar para a entrada da caverna e ficar por lá, é meio entediante, mas nada que eu não dê conta, afinal de contas, eu assistia aula de química três vezes por semana quando estava no segundo grau.– Você conclui, com astúcia.
Voltando pelo túnel, outro pensamento passa-lhe pela cabeça:
- O diabo é um cara esperto, talvez mais esperto que Deus, que nem conseguiu me matar. Provavelmente se eu ficar ali naquela sala de espera do inferno, ele vai mandar alguns diabinhos irem me buscar ou coisa do tipo. Com certeza ele já deve saber que eu estou por aqui, Deus deve ter avisado ou coisa do tipo, portanto, é melhor eu não adiar o inevitável e ir enfrentar o meu destino. Principalmente porque ficar esperando ali naquele lugar sem graça é terrível.
Mais uma vez você dá meia volta e segue para a outra direção. Você já está andando a mais ou menos uma hora e meia e já está fazendo quarenta e dois graus na caverna, quando você está quase desistindo, você vê, em meio às gotas de suor que não param de escorrer da sua testa, uma porta. Uma porta normal, de madeira, com uma daquelas maçanetas redondas, uma porta no fim do túnel de pedra. “Isso sim é estranho”, você fala para você mesmo em voz baixa. Então você abre a porta e se depara com um vale coberto de neve, nada mais que neve, algumas árvores secas e uma trilha que você supostamente deve seguir, mas o mais estranho, além da temperatura ter caído, é claro, e que você ainda não reparou, é que o vale não tem céu.
Você está andando pela trilha, agora faz muito frio e você pensa se isso é apenas mais uma gozação de Deus, então você olha para cima para ver se enxerga aquele sacana e finalmente se dá conta. Ao invés de um céu azul, cheio de nuvens e um Deus bobalhão rindo da sua cara, você vê a coisa mais estranha da sua vida, é uma espécie de infinito vermelho, não tem sol, não tem lua, não têm estrelas, não têm nuvens e com certeza, não tem nenhum Deus gozador também.
Você se pergunta como não tinha reparado nisso logo quando abriu a porta. Não chega a nenhuma conclusão e continua andando pela trilha. Assim como no túnel, quanto mais você anda, mais extrema a temperatura fica, você está tremendo e seus lábios já estão roxos, você pensa em voltar tudo de novo e se manter na entrada da caverna por todo o sempre, mas a curiosidade de saber o que existe no final da trilha não o permite fazer isso.
Você deu sorte na sua escolha, pois assim que andou mais um quilômetro, sua pequena, porém sofrida jornada, havia chegado a um fim. Naquela pequena área em que você se encontrava, a temperatura havia subido para uma medida normal e a neve não existia. Neste mesmo lugar você também poderia ver os seguintes objetos. Um sofá, em que você não hesitou em sentar, e logo após cinco minutos, deitar, e uma placa, na placa estava escrito aquilo que tanto o acalmou por dentro.

ESPERE AQUI

Dizia a placa em letras bem legíveis, passando uma mensagem bem clara ao seu leitor. Você é claro, decidiu esperar. Esperou uma hora, esperou duas horas, esperou três horas, você já estava ficando com raiva e o que dava mais raiva é que você podia ver que a trilha continuava após essa pequena área em que você se encontrava. Foi quando uma grande dúvida tomou o seu corpo.
Como dizia naquela canção do The Clash “Should I Stay Or Should I Go?”
Você decide ser obediente e fazer o que a placa diz. Mas passam-se várias horas e ninguém vem e quando você já está preparado para dar o fora dali. Você pode ver um vulto surgindo do outro lado da trilha. Sim, ele vem vindo, agora já está mais ou menos distinguível, é um homem, com certeza.
O homem já está bem próximo e você começa a reparar na sua fisionomia, você procura um par de chifres e um rabo pontudo no homem, mas ele não os possui, até aí tudo bem. Ele veste um macacão preto que cobre seu corpo inteiro, com exceção da cabeça, ele é bem branco e tem cabelos castanhos crespos, um bigode grosso e olhos penetrantes, que estão penetrando em você.
- Quem é você?! – Ele pergunta assustado.
Na verdade o homem parece mais assustado com a sua presença do que você com a dele. Você ignora a pergunta dele e pergunta a mesma coisa.
- Eu sou Pietr Panigalov, um cientista russo – Disse ele com uma certa autoridade – Eu passei a vida inteira procurando um modo de escapar do apocalipse, e veja só, quando finalmente consegui, Deus me sacaneia e me joga aqui.
- Quer dizer então que você não sabe de nada?! – Você pergunta perplexo. – Não sabe que lugar é esse? O que estamos fazendo aqui?! E por que diabos eu estou entendo tudo que você fala?
- Não sei de nada, amigo – Disse ele sentando-se no sofá. – Tudo que eu sei, é que eu vim daquela caverna quente e segui pela trilha até aqui.
Você pensa em dizer alguma coisa, mas evita mais confusão, afinal de contas o mundo acabou e você está no lugar mais estranho do que nem se pode dizer Terra, com um cientista russo que está tão perdido quanto você nesse peculiar vale nevado. Juntos vocês olham para o horizonte, pensando se não teria sido melhor morrer de uma vez ao invés de ficar nessa bobeira de querer viver pra sempre.
Enquanto isso, na sua nuvem, Deus joga sinuca sozinho em meio a um gole de uísque e outro, às vezes parava de jogar e ria sozinho, satisfeito com seu castigo, pega o telefone e começa a ligar para os seus amigos para contar sobre sua nova traquinagem.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Já era Hora


Meu novo cd do Flogging Molly está preso dentro do som do meu carro, não literalmente. Mas já fazem duas semanas que ele não sai de lá. Duas semanas merecidas, eu devo dizer. Fazia tempo que eu não escutava algo tão bom desde, sei lá, mas faz tempo. Sanfona, violino, flauta e mais instrumentos não convencionais nunca me atraíram muito, mas desde que eu ouvi os Dropkick Murphys tocando, devo admitir que virei fã do Punk Irlandês ou Celtic Punk.

Eu assisti Os Infiltrados no ano passado e viciei na música "I'm Shipping Up To Boston" dos Dropkick Murphys, aí procurei algumas outras e eles são realmente bons. No meio desse frenesi por esse novo estilo que eu havia descoberto acabei vendo muita gente falando de um tal de Flogging Molly. Decidi dar uma chance à banda e baixei um cd, algo que eu raramente faço. Raramente mesmo. Nem consegui baixar todas as músicas devido à uma internet de merda que não pára de cair, mas tinham umas quatro ou cinco que foram o suficiente pra eu me convencer de que era uma das melhores bandas que eu já havia ouvido nos últimos tempos. Entrei na mesma hora no cdpoint e fiz o pedido. O disco demorou uma eternidade, mas chegou.

Eram umas quatro e meia da tarde. Eu estava indo tomar o café da manhã e vi as correspondências do dia e lá estava ele. Esqueci do que eu estava fazendo e voltei pro quarto, coloquei no som e fiquei ouvindo de novo e de novo e de novo, até a hora da Unama. Eu pensei que já tinha ouvido as melhores canções e apesar de já ter posto o cd pra tocar no meu quarto, curiosamente, eu só prestei atenção na última canção do disco "Far Away Boys", quando tava dirigindo. Uma música triste que fala sobre um operário de um estrada de ferro que se vê longe da mulher que ama perde amigos nas obras. A música é quase toda tocada apenas com violão, banjo e sanfona em total harmonia. Eu pirei nessa música e acho que ela ficou no "repeat" do meu som umas quinze vezes seguidas. O vocal é perfeito, só ouvindo pra entender.

Não consigo esperar pra comprar os outros cds do Flogging Molly e não me conformo em ter descoberto essa banda tão tarde, mas agora ela está aqui e eu pude ver que a Irlanda ainda tem boas bandas pra ser ouvidas. E é claro que eu não estou falando do U2.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Para Aumentar a sua Diversão


Eu estava lendo ontem o meu livro do Penny Arcade, onde cada tirinha vem com um comentário do Jerry Holkins, um dos criadores, e é muito mais legal saber porque tal historinha foi escrita, ou como surgiu tal piada e coisas do gênero, realmente faz a diferença. E não pára aí, eu acho que eu sou um dos poucos que compra dvds e assiste os mesmos episódios com comentários, parece coisa de gente desocupada, mas a verdade é que, pra mim, deixa tudo mais rico.

Aquilo me fez pensar um pouco, como eu tava lendo no banheiro, eu comecei a viajar um pouco. Talvez a vida fosse mais legal se tudo viesse com comentários dos criadores, bom, talvez "legal" não seja a palavra exata, mas pelo menos um pouco interessante seria. Minha pizza chegaria em casa com um gravador anexado com durex na caixa, eu dou o play e escuto o cozinheiro reclamando que ele fez a minha pizza de muita má vontade, pois era a última do seu expediente e ele queria ir pra casa, talvez por isso ela estivesse meio crua e que ele não dava a mínima e que eu tive sorte dela não vir cuspida. Ok, esse foi um mau exemplo, mas a idéia em si é boa, talvez esteja apenas um pouco radical, nem tudo precisa ter comentários. Aonde eu quero chegar é que um bom comentário pode dar mais riqueza a qualquer coisa, eu acredito.

Não interessa se o filme é ruim, se eu disser que ele tão ruim que fez o meu gato latir (finja que isso foi engraçado), ou algo do gênero, eu pelo menos iria assistir o filme, só por ter levado um comentário tão horrível e desdenhoso quanto esse. É bom ressaltar que comentários podem enriquecer, mas não melhoram nada, quando uma coisa está feita, ela está feita e acabou e apesar de existirem várias histórias engraçadas por trás de uma situação completamente tediosa, não vai fazer a menor diferença, uma coisa completa a outra, mas a recíproca não é verdadeira.

Ano passado eu fui ao cinema assistir A Lenda de Beowulf no cinema com meus amigos e não poderia ter sido mais divertido. O filme era uma das coisas mais estúpidas que eu já tinha visto desde o campeonato de cuspe no besouro, que aliás, até era engraçadinho, mas o filme era terrível, Beowulf não conseguia se manter vestido por mais de quinze minutos, além de ser um grande mentiroso e todo mundo achar que ele é um grande guerreiro. Deixando de lado a mediocridade do filme, eu consegui me divertir por causa dos comentários que não poderiam deixar de ser tecidos por mim e meus amigos, coisas como tipo "Ah, que porra escrota!" podem soar bobas agora, mas dando o timing correto e aproveitando o momento, podem ser muito divertidas. Desde aquele dia estamos tentando assistir outro filme ruim e ainda não conseguimos. Acho que esse tipo de espetáculo não pode ser presenciado o tempo todo, mas os comentários com certeza valem a pena.

Comentários dos criadores é uma idéia revolucionária e me faz mais feliz por ter tantos dvds. Foda é achar amigos com paciência o bastante para querer assistir um episódio de South Park com comentários comigo, esses mesmos amigos que não calam a boca numa sala de cinema. Aliás, o único problema de comentaristas é que eles não devem saber quando se tem que ficar calado, essa é a diferença entre um comentarista bom e um ruim. Eu não sei ao certo qual a medida exata, acho que enquanto está interessante, deve continuar, mas alguns comentários realmente não são felizes. Para quem já viu o filme de South Park algumas vezes deve lembrar do programa do Conan O'Brien onde os convidados são Terrance, Philip e a atriz de Lagoa Azul, Brooke Shields, onde após algumas perguntas de Conan para os dois rapazes sobre suas piadas de peido, Brooke fala que uma vez peidou no set de A Lagoa Azul. Silêncio toma conta do estúdio por alguns segundos e finalmente Terrance dá um tapa na cara da atriz. Fazer o quê? Ninguém é perfeito.